Doaram milhões para a Catedral - E daí

E aí pessoal, bereuza?

Galera, todos ficamos chocados com a notícia do lamentável incêndio na Catedral de Notre-Dame. Anos de história que ruíram em destroços naquele incidente que abalou boa parte do mundo, exceto os islâmicos. Eu mesmo fiquei preocupado com o corcunda, será que ele ficou bem?

Mas o que mais mexeu com o comentário popular, mais ainda do que o próprio incêndio, foram as doações que a catedral recebeu para ser reconstruída, quase que de imediato. E o que mais me incomodou nisso tudo não foi a velocidade com que os filantropos apareceram para doar seus milhões, e nem o fato de estarem doando esses MILHÕES para a reconstrução da catedral ao invés de direcionarem para as pessoas famintas do mundo. O que me incomodou foram as pessoas incomodadas com essas doações. Você vai entender.

Vou começar dando o exemplo mais próximo que nós temos aqui. Uma brasileira bilionária que doou R$ 44 milhões de reais para a reconstrução da catedral foi duramente criticada por internautas pela exorbitante quantia destinada a Notre-Dame.

Eu achei um exagero? Achei! Mas eu vou fazer o que? O dinheiro é dela e ela faz o que quiser com o dinheiro dela. O que a maioria das pessoas que a criticaram reclamaram é que essa quantia poderia ter sido doada para a África, onde muitas pessoas passam fome.

Mas essas pessoas sabem se ela faz filantropia para a África ou não? Ou pior, essas pessoas que criticaram a bilionária já doaram dinheiro para a África?

Muitas vezes as pessoas se manifestam na internet sobre assuntos polêmicos, dão seus pitacos, seus chiliques, fazem a maior cena, mas não tem coragem de levar uma marmita ao morador de rua da sua própria cidade. Não visitam as crianças nos orfanatos, os doentes nos hospitais. Não levam agasalho pra quem tem frio na rua, não levam comida para famílias carentes que passam fome na sua própria cidade, mas querem opinar na doação de outra pessoa.

Eu, sinceramente, fico putasso com isso. Se todos os internautas que atacaram essa senhora bilionária fizessem algo por suas cidades, não haveria tanta desigualdade e gente necessitada no Brasil.

Vão lá! Se esforcem, trabalhem, ganhem seus milhares, milhões e depois digam se vão lembrar das pessoas que não tem condições. Se vão criar uma associação doadora de agasalho, vão ajudar o sopão da sua cidade.

Poucas pessoas fizeram tanto alvoroço quando o Museu Nacional Palácio Imperial pegou fogo, e não vimos valores tão significativos assim sendo doados, mas eu vou fazer o que? Nem eu doei.

Vamos fazer a nossa parte e doar nossos cinco ou dez reais para as causas que acreditamos, pois é isso que damos conta de doar. Deixem os bilionários decidirem para onde mandam suas fortunas.

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